domingo, 10 de setembro de 2017

Trocando em miúdos

Sabe quantas vezes eu pego no celular pra olhar se tem alguma mensagem sua? E os prints que eu já dei em todas as imagens que me fizeram lembrar você? Eu fico repetindo o que aconteceu e tentando mapear como é possível que um episódio único de ciúme tenha se transformado em você monossilábico e eu... Eu tou aqui tentando juntar os cacos. Achar o fio da meada. Quando foi que a gente se perdeu? Quando foi que a conexão rompeu? Era frágil assim pra que um ruído fosse suficiente? Ao mesmo tempo, eu sei de quase tudo que você está passando e não consigo nem sentir raiva de você direito. Isso é falta de amor próprio? Ou é excesso de altruísmo ser empática com alguém que tá cagando pra você? Mas vamos lá... Eu tenho muitas perguntas e um silêncio maciço para enfrentar. Me desejem boa sorte?

Ô Irene! Ô Irene!

Irene tinha problemas psicológicos. Constatou isso após ler uma matéria piegas de jornal, que falava cientificamente sobre mulheres saudáveis em relacionamentos saudáveis com homens saudáveis. Pura saúde! Você deve se perguntar porque uma matéria piegas ganhou tamanha proporção, ao ponto de uma garota constatar algo tão forte sobre si mesma... A verdade é que a verdade faz sentido de forma muito clara não importa que voz a propaga.

Enquanto mulheres psicologicamente saudáveis sonham com casamento,  família,  liberdade, sucesso profissional, ser feliz... Irene sonhava em ser salva de algemas em uma torre bem alta,  aprisionada por seu professor de matemática bem mais velho. Ou por seu amigo Luciano,  de temperamento forte e talvez até agressivo. Ou mesmo por qualquer outro amante que figurasse a personalidade de alguém que precisava gerar horror e ao mesmo tempo pena. Alguém que avidamente Irene precisava sensibilizar e resistir.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Poema da necessidade


É preciso casar João,
é preciso suportar Antônio,
é preciso odiar Melquíades
é preciso substituir nós todos.

É preciso salvar o país,
é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.

É preciso estudar volapuque,
é preciso estar sempre bêbado,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores de que rezam velhos autores.

É preciso viver com os homens
é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar o fim do mundo.
(Carlos Drummond de Andrade)

Feito nos anos 70 e ainda tão atual... Das necessidades que sempre precisamos suprir, mas que não necessariamente costumam fazer sentido em unanimidade.

sábado, 26 de outubro de 2013

Da série: Você não ama porque você não quer



Jota disse: - "Eu nunca vi Deus não preencher de amor um coração que realmente o quisesse".
Ela retrucou: - "Então eu nunca quis?"
Jota corrigiu em amor: - "Então você não tem quisto..."
Argumentando, ela falou: - "Mas eu já pedi para que Ele preenchesse..."
Jota encerrou: - "Mas não é pedir! Deus sonda os nossos corações e sabe perfeitamente quando é falácia."

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Uma palavra muda tudo




Eu quero você como eu quero.
Eu quero você do jeito que eu quero.
Eu só quero você se for do jeito que eu quero.
Uuuh! Eu quero você! Como eu quero!


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Fênix


Nós não somos mais nós dois. Os últimos anos nos arrastaram para bem longe do que éramos antes. Do que éramos juntos. E o que éramos juntos? E o que somos separados? Quais são as nossas melhores versões, alguém sabe responder? Alguém se importa com a resposta? Faltou. Faltou vontade, faltou coragem, faltou um monte de coisa que me poupariam de estar aqui tentando entender um fim que nunca se acaba, mas que agora acabou. É, é isso mesmo que você ouviu: "Acabou!". Eu vou repetir mais uma vez que é pra ver se eu mesma acredito (e aceito, e respeito e aquieto o peito): A C A B O U! Não importa o quanto eu tente revogar essa afirmação, ela ecoa nos meus ouvidos. Ela e tantas outras coisas que eu tentei fazer você acreditar. Eu falei muitas mentiras querendo que você acreditasse no quanto eu estava melhor sem você. E adivinha o que aconteceu? Você descobriu que também era melhor sem mim. Aí eu achei puramente maduro fingir todos os dias que você não existia. E adivinha?


sexta-feira, 24 de maio de 2013

Bernardi me lendo...



"Eu queria ligar pra você, e te falar sem pausas tudo que eu ensaio toda vez que você me magoa, mas nunca digo pra não te magoar, afinal você não me faz mal por mal, e talvez esse seja o pior mal que se possa fazer a alguém, tão natural. Bobagem, como se algum ensaio no mundo fosse me deixar firme depois do seu ‘alô’. Então é isso, tô te escrevendo. Sempre fui mais segura com as palavras. Tô te escrevendo pra talvez um dia te enviar, mas to escrevendo. E não é sobre você dessa vez, é sobre mim. Sobre o quanto eu sou boa, igual a mim tá difícil meu bem. Sobre como eu não preciso usar cinco centímetros de saia e um decote no umbigo pra ser mulher; Sobre como, ainda assim, só eu sei fazer de você um homem. Sobre muitas coisas, mas principalmente, sobre quantos homens eu poderia estar saindo nesse exato minuto. Não é com você, é comigo sabe? Por exemplo, EU te idealizo nesse momento como o melhor, não que você seja. Acho legal você brincar com a sorte, mas se eu fosse você não teria tanta certeza da minha posse assim. Talvez ninguém tenha te avisado ainda, então desculpa se eu vou te dar essa notícia sem te preparar antes, mas a porra do mundo não gira em torno do seu umbigo. Ficou chocado? Acontece. Só queria te dá um conselho, em nome da nossa amizade e meu carinho por você, tira uma mão da liberdade e segura um terço. Fica assim, agarrado nas duas coisas sabe? E reza, reza muito pra não aparecer ninguém que mexa comigo enquanto você fica brincando de não saber o que quer."