sábado, 5 de fevereiro de 2011

Era uma vez...




Eu gosto dos começos porque eles vêm com detalhes. Você reparava na minha mania de morder os lábios com fome da vida, e eu reparava no teu sorriso sempre frouxo - vezenquando feliz, vez por outra ansioso.

No começo tudo tem sabor de "então esse é o gosto?"! No começo eu me achava completamente capaz de nunca te frustrar um dia, com a exceção daquilo que já era frustrante hoje. Meu corpo. Por mais que você ousasse amá-lo, deseja-lo e respeita-lo na mesma proporção do muito!

Eu gosto dos começos porque você não tinha coragem de me tocar, me tratava como se eu fosse de cristal. (E você, hoje eu bem sei, morre de medo de passar perto dessa sessão nas lojas de casa&cozinha.) Você hesitava passar a mão no meu rosto, porque tinha medo que se tocasse talvez perceberia que eu não passava de uma miragem.

Você hesitou o quanto pôde repousar a cabeça no meu colo e confiar que eu passaria a mão no teu cabelo com carinho. Você não acreditava que eu podia ser carinhosa, mas quanto mais você duvidava, mais aquilo se tornava interessante de se ter. Lembra que você me olhava com um respeito que mais parecia medo do que amor?

Hoje você sabe muito mais ao meu respeito do que eu jamais deveria ter decifrado a alguém e ainda assim permanece ao meu lado, e nós descobrimos que precisamos de outros começos todos os dias.

Isso é só pra começar o resto das nossas vidas, ok?

No começo tudo era inédito, mas hoje eu te amo até mais do que ontem - por quão mais repetitivo isso possa parece.