domingo, 10 de setembro de 2017

Trocando em miúdos

Sabe quantas vezes eu pego no celular pra olhar se tem alguma mensagem sua? E os prints que eu já dei em todas as imagens que me fizeram lembrar você? Eu fico repetindo o que aconteceu e tentando mapear como é possível que um episódio único de ciúme tenha se transformado em você monossilábico e eu... Eu tou aqui tentando juntar os cacos. Achar o fio da meada. Quando foi que a gente se perdeu? Quando foi que a conexão rompeu? Era frágil assim pra que um ruído fosse suficiente? Ao mesmo tempo, eu sei de quase tudo que você está passando e não consigo nem sentir raiva de você direito. Isso é falta de amor próprio? Ou é excesso de altruísmo ser empática com alguém que tá cagando pra você? Mas vamos lá... Eu tenho muitas perguntas e um silêncio maciço para enfrentar. Me desejem boa sorte?

Ô Irene! Ô Irene!

Irene tinha problemas psicológicos. Constatou isso após ler uma matéria piegas de jornal, que falava cientificamente sobre mulheres saudáveis em relacionamentos saudáveis com homens saudáveis. Pura saúde! Você deve se perguntar porque uma matéria piegas ganhou tamanha proporção, ao ponto de uma garota constatar algo tão forte sobre si mesma... A verdade é que a verdade faz sentido de forma muito clara não importa que voz a propaga.

Enquanto mulheres psicologicamente saudáveis sonham com casamento,  família,  liberdade, sucesso profissional, ser feliz... Irene sonhava em ser salva de algemas em uma torre bem alta,  aprisionada por seu professor de matemática bem mais velho. Ou por seu amigo Luciano,  de temperamento forte e talvez até agressivo. Ou mesmo por qualquer outro amante que figurasse a personalidade de alguém que precisava gerar horror e ao mesmo tempo pena. Alguém que avidamente Irene precisava sensibilizar e resistir.