Sentamos. As luzes do cinema ainda não estavam completamente apagadas. Conversamos algumas coisas que não lembro (e que também não teve a menor importância). Do nada ele começa a assoprar. Assoprou como quem estava implicando. Fiquei pensando se ele queria me apagar. Me apagar? Como? Eu estava tão longe de estar incendiando. Depois de alguns poucos minutos entendi que aquilo era uma projeção.
O corpo fala. É exatamente aqui que ele se entrega. Enquanto o discurso é cheio de freios e medidas, os braços dele sempre dão um jeito de me alcançarem. Os olhos, com ângulos privilegiados pelos centímetros vastos que natureza deu, sempre me encontram. Sinto-me cercada de um jeito bom! De um jeito muito bom. De um jeito tão bom que não tenho vontade de sair de perto. E mesmo perto, já sinto saudade.
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